O DUELO
O magistral escritor russo Antón Tchékhov (1860-1904) consagrou-se como contista e dramaturgo, mas foi também notável novelista. Pérola dessa vertente é O duelo (1891), narrativa que tematiza a desavença entre duas hombridades e duas ideologias em meio a supostas civilização e barbárie, ou seja, o conflito entre duplos díspares mas complementares. Rússia versus Cáucaso, humanismo versus determinismo.
Laiévski é um funcionário público médio da Rússia tsarista de meados do século XIX – transição cruenta entre os reinados de Nicolai I e Alexandre II –, que fugiu para o Cáucaso em concubinato com Nadiejda (nome que em russo significa “esperança”), sua amante. Nadiejda traiu e largou o marido em São Petersburgo para amancebar-se com Laiévski. Passados dois anos de idílio caucasiano, Laiévski enfastia-se de Nadiejda, passa a beber, a jogar e a negligenciar o seu trabalho provinciano, desejando desesperadamente voltar ao norte, ao mundo petersburguens e, ao frio anuviado da alta cultura russa, longe de turcos e armênios. Devoram-no, porém, a dor de consciência por abandonar ao deus-dará a amante e as dívidas que contraiu ao longo da sua estada no Cáucaso. Nadiejda, por sua vez, foi incorporando aos poucos esse lado mais asiático da Rússia, feliz como um sol: entre crises esporádicas de malária, ela cultiva secretamente o prazer de ser cortejada por todo o povoado, ao mesmo tempo em que sente ser o grande escândalo e a fofoca do momento por ter traído o marido a céu aberto.
Von Koren, darwinista contumaz, teima em divulgar alto e bom som uma tese-anedota cruel sobre a melancolia ociosa de Laiévski. Para o zoólogo, que visita o mar Negro de tempos em tempos pesquisando “a embriologia das medusas”, o funcionário concubinado merecia a pena de morte, por ser, em resumo, um “homem inútil”. Exterminar Laiévski, segundo Von Koren, seria um bem necessário ao aperfeiçoamento da espécie humana.
A situação do casal se agrava quando Laiévski recebe a notícia de que o marido de Nadiejda morreu.
Isso tudo e muito mais sob o calor quase alucinógeno do litoral do lendário mar Negro.


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FICHA TÉCNICA
Autor: Anton Tchékhov
Realização: Mundana Companhia
Tradução: Klara Guriánova
Adaptação: Aury Porto e Vadim Nikitin
Colaboração na adaptação: Camila Pitanga
Direção: Georgette Fadel
Assistente de Direção: Diego Moschkovich
Direção de Arte/Cenografia: Laura Vinci
Assistente de Cenografia: Marília Teixeira
Iluminação: Guilherme Bonfanti
Assistente de Iluminação/Operação de Luz: Rafael Souza Lopes
Figurinos: Diogo Costa
Figurinista Assistente: Dami Cruz
Assistentes de Figurino: Tarsila Furtado e Anna Diniz
Direção Musical: Otávio Ortega e Lucas Santtana
Direção de Cena: Rafael Matede
Contraregra: Renato Banti
Camareiro: Rogerio Romualdo Pinto
Idealização do Projeto: Aury Porto
Produção: Bia Fonseca
Assistente de Produção: Mariana Machado
Escultura Inflável: Franklin Cassaro
Fotos de divulgação: Juliana Munhoz e Leonardo Maestrelli
Estilistas Convidados: Alexandre Herchcovitch, Paula Pinto,
Lino Vilaventura: vestido aniversário de Káthia (Camila Pitanga), figurino julgamento de Mária (Carol Badra)
Patrocínio: Petrobras Distribuidora
ELENCO
Aury Porto
Camila Pitanga
Carol Badra
Fredy Allan
Guilherme Calzavara
Mariano Mattos Martins
Otávio Ortega
Pascoal da Conceição
Vanderlei Bernardino
Duração: 3h20 de duração e 20 min de intervalo
Classificação indicativa: 12 anos